Estivadores paralisam 36 portos nos EUA e fazem a maior greve do setor em 50 anos
A paralisação se soma à onda de movimentos grevistas de peso nos EUA no último período, como a paralisação dos roteiristas de Hollywood e dos trabalhadores da indústria automotiva
Os estivadores dos Estados Unidos iniciaram nesta terça-feira (1°) uma greve que já está sendo considerada uma das maiores mobilizações trabalhistas nos últimos anos. A paralisação afeta 36 portos do país, entre os quais alguns dos maiores do mundo, como o de Los Angeles e Long Beach.
É a primeira paralisação em larga escala do setor nos últimos 50 anos, conforme destacou a imprensa internacional. A paralisação tem um impacto significativo sobre o comércio marítimo, especialmente nas costas Oeste e do Golfo, áreas estratégicas para o fluxo de mercadorias nos EUA.
A principal reivindicação dos trabalhadores é a melhoria das condições de trabalho, que se agravaram desde a pandemia de Covid-19. Os estivadores denunciam o aumento da sobrecarga de trabalho, falta de segurança e longas jornadas, além da pressão das empresas para aumentar a automação nos portos, o que pode levar à redução de postos de trabalho.
A categoria exige também um aumento salarial e melhores benefícios, argumentando que os lucros das companhias de transporte marítimo e dos operadores portuários dispararam nos últimos anos, enquanto as condições de trabalho dos estivadores permaneceram precárias.
“Estamos preparados para lutar pelo tempo que for necessário, para permanecer em greve pelo tempo que for preciso, para obter os salários e as proteções contra a automação que nossos membros merecem“, disse Harold Daggett, dirigente da Associação Internacional dos Estivadores (ILA, na sigla em inglês) à Reuters.
O ILA representa cerca de 45 mil trabalhadores do setor.
A greve dos estivadores soma-se a uma onda de movimentos grevistas de peso nos Estados Unidos no último período, como a paralisação dos roteiristas de Hollywood e dos trabalhadores da indústria automotiva.
Segundo analistas, a possibilidade de uma greve prolongada teria efeitos não só è economia norte-americana, mas sobre o comércio internacional.