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Porto Alegre (RS): Voto útil, no primeiro turno, é voto num programa socialista e revolucionário

Um diálogo com as lutadoras e os lutadores da capital gaúcha

PSTU-RS

27 de setembro de 2024
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Fabiana Sanguiné, trabalhadora da saúde, é a candidata do PSTU a prefeita de Porto Alegre

É certo que o crescimento do atual prefeito Sebastião Melo (MDB) nas pesquisas e a perspectiva dele ser reeleito é um horror para todos os trabalhadores. Em especial para quem foi atingido pelas enchentes de maio e que, após quase cinco meses, não viu acontecer reparos emergências nos diques nem os laudos das casas.

Melo foi o maior responsável pelas cheias em Porto Alegre, seja pela destruição dos serviços públicos, quanto por ter ignorado os alertas recebidos. Ele é o candidato das empreiteiras, do Estado mínimo. Por mais que se afirme na campanha como o candidato ”chinelão”, ao só se preocupar em “embelezar” zonas ricas e privatizar a cidade, sua gestão evidencia o desprezo pela população pobre.

Infelizmente, nossa candidatura – que faz uma denúncia contundente a todo projeto de Melo – é conscientemente invisibilizada. Nos impedem acesso ao tempo gratuito na TV e rádio. Nos excluem dos debates. Na cobertura dos jornais, praticamente só veiculam as propostas de quatro dos oito candidatos. E agora se utilizam das pesquisas para direcionar para “votos úteis” nos que estão à frente nas pesquisas.

Reflexão

Por isto, é importante uma reflexão: os programas das candidaturas de Maria do Rosário (PT) e Juliana Brizola (PDT) apresentam uma alternativa consequente a esse modelo que tem sido implementado em nossa cidade?

Juliana Brizola tem aparecido na campanha de rádio e TV, e nos debates, como a que mais bate no Melo, por isso, vem crescendo nas pesquisas. Diferente de Maria do Rosário, que está com uma campanha “paz e amor”. Por ter uma menor rejeição, Juliana aparece como a candidata que pode derrotar o Melo no segundo turno.

Juliana Brizola (PDT) com o governador privatista e neoliberal Eduardo Leite (PSDB) | Foto: Mariana Ramos/Divulgação/CP

A grande questão é que a Juliana Brizola é a candidata do governador Eduardo Leite (PDSB), o maior privatista da história do Rio Grande do Sul, que entregou de presente a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) para a Equatorial, que flexibilizou inúmeras leis ambientais, porque é amigo dos grandes ruralistas que estão destruindo o bioma pampa, que defende as vinícolas que praticaram trabalho escravo.

O PDT, partido da Juliana Brizola, compõe o governo Leite. A própria imprensa afirma que Leite vai contar com o apoio dos quatro deputados estaduais do PDT nos projetos de seu interesse na Assembleia e que vai cobrar reciprocidade na eleição de 2026. Além disso, o programa de Juliana é extremamente liberal. Ao tratar o tema do déficit de vagas em creches, por exemplo, propõe comprar ainda mais vagas nas escolas privadas.

Problema de gestão? Será?

Maria do Rosário, assim como Juliana, afirma que o problema de Porto Alegre é um problema de gestão, de competência, e que vai governar “para todos”.  Em nenhum momento de sua campanha faz qualquer denúncia sobre os grandes grupos econômicos que se beneficiam com a gestão Melo.

A saúde e educação já está toda privatizada. O que Maria do Rosário vai fazer? Em nenhum momento ela afirmou que irá romper os atuais contratos de Parcerias Publico-Privada (PPPs) assinados por Melo e Marchezan (ex-prefeito de Porto Alegre pelo PSDB). Ao contrário, em uma das poucas medidas de enfrentamento com os interesses privados, – que se concretizava na proposta de tarifa zero no transporte público, Maria do Rosário retirou formalmente esta proposta do seu programa registrado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Na coligação de Rosário está o PSB que também votou na Câmara de Vereadores pela extinção Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) assim como para a cedência do Parque SaintHilaire ao setor privado.

Maria do Rosário reivindica o governo Lula que acaba de financiar o agronegócio com o maior plano safra da história | Foto: Divulgação

Maria do Rosário reivindica o governo Lula que acaba de financiar o agronegócio com o maior plano safra da história. Lula cede ao Centrão, mas reage duramente contra todas as greves que aconteceram – seja dos técnicos das universidades, dos funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis  (Ibama), dos trabalhadores dos Correios, dos Hospital de Clínicas de Porto Alegre, bancários e agora dos trabalhadores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – adotando várias práticas antissindicais, inclusive com desconto de salários e multas.

Falam tanto que vale tudo para combater o fascismo, mas estão em coligações junto com o PL de Bolsonaro em 85 cidades do Brasil. Se na Organização das Nações Unidas (ONU) Lula fala contra os bilionários, a destruição do meio ambiente e em favor dos pobres, sua política econômica é oposta.

Então, todos eles aqui em Porto Alegre aparecem como oposição uns aos outros, mas nos planos políticos e econômicos seguem privilegiando o andar de cima. Todas as ditas quatro principais candidaturas – incluindo Maria do Rosário e Juliana Brizola – defendem a “responsabilidade fiscal” do Arcabouço Fiscal de Lula e o Regime de Recuperação Fiscal de Leite. Todas as ditas principais candidaturas são a favor de seguir com o pagamento da dívida pública, um verdadeiro roubo de dinheiro público, que só engorda os bolsos dos banqueiros internacionais.

Neste momento estamos vivendo uma situação gravíssima. O país está queimando. O modelo agroexportador – como centro da economia do país – vai transformar o Brasil num deserto, como diz a ciência. Os mesmos que já alertavam dos riscos das enchentes e foram ignorados.

A pecuária extensiva e a produção voltada para a exportação de grãos é o que está por trás do agravamento do colapso ambiental do planeta. Então, não adianta se dizer preocupado na ONU, propor autoridade climática, se não romper com este modelo no país. Não adianta se dizer defensor da transição energética e defender que a Petrobrás explore petróleo na Margem Equatorial.

Por isso, é tão importante fortalecer um projeto que denuncie esta situação, que dê uma saída real para nossas demandas mais emergentes.

E isso, nem Maria do Rosário nem Juliana Brizola podem fazer, porque não se dispõem a se enfrentar esse sistema dominado pelos bilionários capitalistas.

Um círculo vicioso

Decidir seu voto pelo “mal menor” ou “candidatura viável” acaba perpetuando um círculo vicioso. Você vota num candidato para derrotar Melo e a podridão bolsonarista. Mas depois esse candidato segue fazendo um governo por dentro do sistema, gerindo o capitalismo e promovendo ataques, cortando verbas em serviços públicos essenciais, assim como aconteceu com o governo do PT em São Leopoldo. Lá, assim como em Canoas (em que o PT era parte do governo), se evidenciaram as mesmas falhas de manutenção do sistema anti-enchentes.

Isso gera desilusão, derrotas, desmoralização, retrocesso na organização e luta da classe trabalhadora e fortalece a própria extrema direita. Na eleição seguinte, te dizem para votar no “mal menor” de novo. Basta! Temos que sair das opções que o sistema tenta nos impor como únicas.

O mundo não está dividido entre esquerda e direita. Isto é uma aparência. A verdadeira divisão é entre quem explora – super-ricos – e quem trabalha e produz todas as riquezas – a grande maioria da população, os trabalhadores.

E as verdadeiras transformações só ocorrerão quando os trabalhadores compreenderem quem são seus reais inimigos, se unir, se organizar, lutar de forma independente e ter consciência de que é necessário colocar abaixo sistema capitalista e construir um novo modelo econômico. Um modelo que acabe com as desigualdades sociais, em que a riqueza produzida coletivamente pelos trabalhadores seja distribuída coletivamente para suprir as necessidades da maioria da população, ou seja, um sistema socialista.

E isso só poderá acontecer através de muita mobilização e se as pessoas tiverem acesso a estas ideias, a este programa.

 

No primeiro turno: vote 16

Por isso, dizemos: o primeiro turno é o momento de afirmação, de fortalecimento desse programa que está sendo tão bem apresentado pela candidatura de Fabiana Sanguiné, apesar de todas as restrições da democracia dos ricos.

Você também pode fortalecer e dar mais visibilidade a esse programa, votando no 16 no primeiro turno.

Desta forma, sim, você estará fazendo a diferença!

No dia 6 de outubro, vote Fabi, vote 16!

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Cada voto no 16 faz a diferença na construção de uma alternativa revolucionária e socialista