SP: Na eleição da baixaria, candidatura do PSTU é a única que enfrenta os bilionários
As eleições em São Paulo estão sendo acompanhadas internacionalmente não apenas pelos projetos em disputa, mas principalmente pela baixaria em que se transformou o debate político. A cadeirada e murro em debates, é sintoma de uma crise política que não se resolverá no dia 6 de outubro.
Marçal e a sua suposta radicalidade
Pablo Marçal, do PRTB, protagonizou um crescimento inesperado após a sua participação nos primeiros debates, principalmente porque combinou uma estratégia de ataques com a sua máquina de fazer cortes e pagar por publicações nas redes sociais.
Marçal não viralizou por fazer propostas que vendessem a ideia de resolver, independente do projeto, a situação da cidade de São Paulo. Mas por falar de maneira agressiva e supostamente falar as coisas como são. As acusações aos outros candidatos, algumas Fake News, outras não, são conteúdos que viralizaram nas redes e tornaram o candidato conhecido, empalmando no sentimento de ódio aos políticos e contra o sistema.
Agora, independente das análises que possamos fazer dos métodos das redes sociais e de como Marçal se utiliza disso, mais importante é compreender de que é sintoma esse fenômeno.
Um crise política até para o Bolsonarismo
A extrema direita é um fenômeno político que corresponde à crise capitalista. Com a degradação das condições de vida, diversos setores sociais se radicalizam. Ao mesmo tempo, a localização do Brasil na divisão internacional do trabalho fortalece setores bastante reacionários relacionados com o agronegócio, que financiam políticos como Marçal e Bolsonaro.
Marçal defende um projeto de liberalização total da economia, a solução de todos os problemas se resolve pelo fortalecimento da iniciativa privada. A solução para a educação e saúde pública, passa pela privatização. E assim vai. Não há dúvida de que para o povo pobre e trabalhador, Marçal é uma ameaça. Porém, com seu discurso aparentemente radical, Marçal consegue capitalizar um sentimento de frustração e ódio, fruto do descontentamento de uma parcela importante da população. Nunes, que é o representante oficial de Bolsonaro, tem mais dificuldades para ocupar esse espaço, uma vez que busca se equilibrar a partir das alianças que fez para manter a sua gestão.
Assim, ainda que tenha diminuído o fôlego, Marçal disputa uma parte importante da base bolsonarista, que pode se dividir construindo novos contornos para as eleições de 2026.
Uma esquerda capitalista cada vez mais comprometida com a gestão do sistema
Enquanto representante da Frente Ampla em São Paulo, Boulos aprofunda a sua direitização como fórmula para ganhar as eleições. Se Boulos vai ou não ainda é incerto, mas o fato é que a sua escolha programática o compromete cada vez mais com o sistema que gera fenômenos como Marçal.
Pode parecer contraditório, mas a lógica da governabilidade com que se amarram diversos setores do PSOL, defendendo a incorporação do partido no governo federal e a aliança estratégica com o PT, está ao serviço da manutenção do sistema capitalista que gera a crise social e econômica que estamos vivendo. Não à toa, Lula tem tido que enfrentar algum desgaste de setores que esperavam do seu governo soluções que não vieram, como os trabalhadores federais em greve e os povos indígenas.
Boulos ainda nem é prefeito, mas já carrega com ele a responsabilidade de ter aberto mão de importantes pautas do movimento, em nome da conciliação com a burguesia para ganhar as eleições. Por isso, não vacilamos em afirmar que a sua candidatura não é a solução.
Em SP, é 16 desta vez!
Contra o sistema capitalista, o verdadeiro voto útil é no 16
O PSTU defende que, contra a extrema-direita e o sistema capitalista que a gera, não existe outra alternativa que não a revolucionária e socialista. Não nos somamos à lógica do mal menor que nos trouxe até aqui. Defender o governo federal, ainda que reconhecendo limites, em nome de combater o “fascismo”, longe de combater as forças reacionárias, deixa a classe trabalhadora sem uma alternativa política.
É por isso que o PSTU apresenta candidaturas nestas eleições para defender um projeto revolucionário e socialista, que dê nome aos bois e não abdique de suas propostas em nome da “governabilidade”.
O metroviário Altino Prazeres, reconhecido lutador que chegou a ser demitido pelo governo Tarcísio na luta contra as privatizações, mas readmitido após intensa mobilização, encabeça a chapa do PSTU. Silvana Garcia, mulher negra, LGBTI, lutadora por direito à moradia é a sua vice.
Já para a Câmara Municipal, o PSTU tem a Professora Flávia, dirigente da categoria e moradora da Brasilândia, uma alternativa socialista. Junto com o professor Lucas, educador da rede municipal na Zona Sul. E para completar esse time, a candidatura coletiva da juventude “Romper o Poder: Socialistas contra o poder capitalista”, composto por Mandi Coelho e Gabriel, o Gábs.