Opinião Socialista

SP: Na eleição da baixaria, candidatura do PSTU é a única que enfrenta os bilionários

PSTU-SP

26 de setembro de 2024
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Candidato do PSTU à Prefeitura de SP, Altino Prazeres

As eleições em São Paulo estão sendo acompanhadas internacionalmente não apenas pelos projetos em disputa, mas principalmente pela baixaria em que se transformou o debate político. A cadeirada e murro em debates, é sintoma de uma crise política que não se resolverá no dia 6 de outubro.

Marçal e a sua suposta radicalidade

Pablo Marçal, do PRTB, protagonizou um crescimento inesperado após a sua participação nos primeiros debates, principalmente porque combinou uma estratégia de ataques com a sua máquina de fazer cortes e pagar por publicações nas redes sociais.

Marçal não viralizou por fazer propostas que vendessem a ideia de resolver, independente do projeto, a situação da cidade de São Paulo. Mas por falar de maneira agressiva e supostamente falar as coisas como são. As acusações aos outros candidatos, algumas Fake News, outras não, são conteúdos que viralizaram nas redes e tornaram o candidato conhecido, empalmando no sentimento de ódio aos políticos e contra o sistema.

Agora, independente das análises que possamos fazer dos métodos das redes sociais e de como Marçal se utiliza disso, mais importante é compreender de que é sintoma esse fenômeno.

Um crise política até para o Bolsonarismo

A extrema direita é um fenômeno político que corresponde à crise capitalista. Com a degradação das condições de vida, diversos setores sociais se radicalizam. Ao mesmo tempo, a localização do Brasil na divisão internacional do trabalho fortalece setores bastante reacionários relacionados com o agronegócio, que financiam políticos como Marçal e Bolsonaro.

Marçal defende um projeto de liberalização total da economia, a solução de todos os problemas se resolve pelo fortalecimento da iniciativa privada. A solução para a educação e saúde pública, passa pela privatização. E assim vai. Não há dúvida de que para o povo pobre e trabalhador, Marçal é uma ameaça. Porém, com seu discurso aparentemente radical, Marçal consegue capitalizar um sentimento de frustração e ódio, fruto do descontentamento de uma parcela importante da população. Nunes, que é o representante oficial de Bolsonaro, tem mais dificuldades para ocupar esse espaço, uma vez que busca se equilibrar a partir das alianças que fez para manter a sua gestão.

Assim, ainda que tenha diminuído o fôlego, Marçal disputa uma parte importante da base bolsonarista, que pode se dividir construindo novos contornos para as eleições de 2026.

Datena dá cadeirada em Pablo Marçal durante debate Foto Reprodução

Uma esquerda capitalista cada vez mais comprometida com a gestão do sistema

Enquanto representante da Frente Ampla em São Paulo, Boulos aprofunda a sua direitização como fórmula para ganhar as eleições. Se Boulos vai ou não ainda é incerto, mas o fato é que a sua escolha programática o compromete cada vez mais com o sistema que gera fenômenos como Marçal.

Pode parecer contraditório, mas a lógica da governabilidade com que se amarram diversos setores do PSOL, defendendo a incorporação do partido no governo federal e a aliança estratégica com o PT, está ao serviço da manutenção do sistema capitalista que gera a crise social e econômica que estamos vivendo. Não à toa, Lula tem tido que enfrentar algum desgaste de setores que esperavam do seu governo soluções que não vieram, como os trabalhadores federais em greve e os povos indígenas.

Boulos ainda nem é prefeito, mas já carrega com ele a responsabilidade de ter aberto mão de importantes pautas do movimento, em nome da conciliação com a burguesia para ganhar as eleições. Por isso, não vacilamos em afirmar que a sua candidatura não é a solução.

Em SP, é 16 desta vez!

Contra o sistema capitalista, o verdadeiro voto útil é no 16

O PSTU defende que, contra a extrema-direita e o sistema capitalista que a gera, não existe outra alternativa que não a revolucionária e socialista. Não nos somamos à lógica do mal menor que nos trouxe até aqui. Defender o governo federal, ainda que reconhecendo limites, em nome de combater o “fascismo”, longe de combater as forças reacionárias, deixa a classe trabalhadora sem uma alternativa política.

É por isso que o PSTU apresenta candidaturas nestas eleições para defender um projeto revolucionário e socialista, que dê nome aos bois e não abdique de suas propostas em nome da “governabilidade”.

O metroviário Altino Prazeres, reconhecido lutador que chegou a ser demitido pelo governo Tarcísio na luta contra as privatizações, mas readmitido após intensa mobilização, encabeça a chapa do PSTU. Silvana Garcia, mulher negra, LGBTI, lutadora por direito à moradia é a sua vice.

Já para a Câmara Municipal, o PSTU tem a Professora Flávia, dirigente da categoria e moradora da Brasilândia, uma alternativa socialista. Junto com o professor Lucas, educador da rede municipal na Zona Sul. E para completar esse time, a candidatura coletiva da juventude “Romper o Poder: Socialistas contra o poder capitalista”, composto por Mandi Coelho e Gabriel, o Gábs.