Meio ambiente

Marcha por Justiça Climática denuncia governos e defende que é preciso por fim ao capitalismo

Queimadas, violências contra povos originários e planos de ajuste fiscal, que impedem a proteção do meio ambiente, também foram abordados nos protestos

CSP Conlutas, Central Sindical e Popular

23 de setembro de 2024
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Coluna do PSTU durante protesto contra mudanças climáticas Foto Sérgio Koei

Este calor não é normal. Capitalismo é só desastre natural”. Esta é a palavra de ordem que deu o tom na 2ª Marcha por Justiça Climática, realizada em São Paulo, no domingo (22), e que deixou clara a necessidade de derrubar o capitalismo para que o ser humano possa sonhar com um futuro.

Milhares de manifestantes, incluindo representantes da CSP-Conlutas, reuniram-se  por volta das 14h, em frente ao MASP, na Avenida Paulista, para cobrar ações efetivas do poder público contra as queimadas produzidas pelo agronegócio e que assolam o país já há um mês.

Além de punições aos mandantes e executores das queimadas, o ato exigiu do governo Lula investimentos na proteção e reconstrução dos biomas afetados, bem como medidas para proteger os trabalhadores em dias de grande poluição.

Para tanto, nossa Central levou a bandeira de fim do Arcabouço Fiscal para que o dinheiro público deixe de ser utilizado prioritariamente para o pagamento da dívida pública e possa ser destinado às necessidades do povo e do meio ambiente.

 

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Justiça para os povos indígenas

A pauta da defesa dos direitos dos povos originários também esteve presente. Indígenas Guarani, do Pico do Jaraguá, protestaram denunciando o assassinato de diversas lideranças indígenas históricas como Paulino Guajajara e Nega Pataxó.

Os manifestantes alertaram para a violência crescente a qual estão submetidos os Guarani Kaiowá, no Mato Grosso do Sul. A onda de violência já deixou dois indígenas mortos neste ano, assassinados pelas milícias do agronegócio.

O último caso ocorreu no dia 19 de setembro, quando Neri Guaraní Kaiowá foi assassinado a tiros num ataque em conjunto da PM e pistoleiros. O corpo do jovem ainda foi arrastado para a mata, com o objetivo de dificultar a apuração do crime.

O Marco Temporal das terras indígenas foi apontado como uma tese genocida que irá dificultar ainda mais a vida das comunidades. Também foi exigido de Lula maior agilidade no processo de demarcação de terras, que segue sem avançar significativamente no país.

 

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Outros atos

O ato realizado em São Paulo fez parte de uma série de atos que ocorreram deste a sexta-feira (20), pelo país. Na sexta-feira (20), a Coalizão Pelo Clima realizou uma manifestação no Rio de Janeiro com o mesmo propósito.

O evento culminou em um encontro nos Arcos da Lapa, onde foi lançado o manifesto “Rio Capital do Caô Climático”. Já no sábado (21), manifestantes tomaram as ruas do centro de Curitiba (PR) durante o ato “Chega de Fumaça!”.

Outras cidades, como Londrina (PR), Florianópolis (SC), Belo Horizonte (MG) e o Distrito Federal, também registraram protestos.

No estado de São Paulo atos ocorreram em Piracaia, Campinas, Bauru, Ribeirão Preto, Limeira, Sorocaba, Piracicaba e São Roque.

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