Criciúma (SC): Manifesto do PSTU sobre as eleições municipais
Neste ano de 2024, o PSTU não tem candidaturas às eleições municipais de Criciúma. Mas mesmo não lançando candidatos, não vamos nos abster do processor eleitoral. Queremos, através deste Manifesto, expor nossos princípios e um programa socialista e revolucionário para que o conjunto da classe trabalhadora, o povo pobre, negros e negras, LGBTQIA+ e a juventude, saibam nosso posicionamento nas eleições municipais.
Somos um partido diferente. Um partido com um programa revolucionário não só para as eleições, mas para mudar a sociedade e derrotar o capitalismo. Somos um partido que atua nas lutas e mobilizações da classe trabalhadora, que combate as opressões, que luta por moradia, saúde e educação de qualidade. Agimos com independência financeira, não aceitamos dinheiro dos patrões e dos governos. Sempre estamos lado a lado com os trabalhadores, somos trabalhadores e trabalhadoras lutando para construir uma sociedade socialista.
Essa luta é demonstrada pela coragem da juventude e dos trabalhadores da Ucrânia que enfrentam a dominação colonial da Rússia e na Palestina que se enfrenta com o genocídio capitalista e sionista de Israel. Mas os protestos e repudio internacional não param exigindo Palestina livre. Também nos inspira a luta da população da Venezuela que enfrenta a ditadura de Nicolas Maduro. É preciso apoiar as mobilizações dos trabalhadores e do povo no país por liberdades democráticas e impulsionar a construção de uma alternativa independente da classe trabalhadora.
No capitalismo, as eleições burguesas servem como um grande balcão de negócios. São cargos, verbas públicas para iniciativa privada. Os projetos de Salvaro, via Vagner Espindola, Vaguinho (PSD) e do Ricardo Guidi (PL) têm os mesmos objetivos e defendem as mesmas pautas reacionárias da extrema direita. Salvaro/Vaguinho adotam a tática bolsonarista, ou seja, criam polêmicas nas redes sociais (Instagram) com vídeos atacando pautas democráticas como a questão cultural. Como foi o caso do ataque do prefeito Salvaro que ameaçou no início deste ano, por meio de um vídeo divulgado nas redes sociais, autorizar cortes da luz durante um evento de skate na cidade. Ridicularizando nas redes a condição das pessoas em situação de rua ou ainda, também iniciando a campanha com seu candidato dizendo que vão “desesquerdizar”a cidade.
Já Ricardo Guidi está apoiado pelo governador Jorginho Melo que vem fazendo cortes nos investimentos na educação básica para servir de dinheiro público às universidades privadas e as do sistema Acafe com o programa universidade gratuita (que de gratuita não tem nada). Atualmente, Guidi compõe a equipe do governo como secretário de Meio Ambiente e Economia Verde. Quer manter o legado do seu pai Altair Guidi na política que já foi prefeito da cidade. Porém, de legado só tem a manutenção das desigualdades e as injustiças sociais aos mais pobres e em situação de extrema vulnerabilidade.
Desse modo, esses candidatos burgueses e da burguesia da cidade vão fortalecer as pautas da extrema direita, vão atacar ainda mais a classe trabalhadora, principalmente, os servidores públicos da saúde e da educação. Será o mais do mesmo, com seu populismo enganador, confundindo e enganando a população com migalhas de obras que servem mais para encher os bolsos dos grandes empresários e empreiteiros da cidade do que atender as necessidades da população pobre.
Os principais problemas vão continuar, vão cada vez mais se aprofundar, como é o descaso com as pessoas em situação de rua, a falta de serviços públicos de qualidade na saúde e educação. Vão continuar as perseguições à cultura. Vão expandir as pautas reacionárias do bolsonarismo que ataca as mulheres, negros e negras e os LGBTQIA+. Vão continuar a perseguir aos trabalhadores e trabalhadoras da educação.
Tudo isso tem um só e grande objetivo, ou seja, manter e ampliar a exploração capitalista. Esse jogo para manter no poder, se mostra uma aparente divergência, que são internas e midiática, mas no final das contas o projeto é o mesmo. Esses candidatos que se colocam como alternativas da extrema-direita cumpre um papel de fantoches do grande capital que atacam e exploram cada vez mais a classe trabalhadora.
Esquerda reformista
Pelo lado da “esquerda reformista” temos como candidato o advogado trabalhista Arlindo Rocha (PT) que já foi prefeito pelo PSDB no município de Maracajá, também já foi filiado ao MDB e PDT. Essa candidatura vem com a mesma política do PT de Lula/Alckmin da Frente Ampla. Se propõe uma candidatura de conciliação de classes e uma saída por dentro do regime democrático burguês. O PSOL está como vice com o nome de Mariana Sartor (da corrente Resistência), que formam uma frente com PCdoB e Rede, porém, não defendem uma política consequente para a classe trabalhadora.
De qualquer modo, é preciso fazer um chamado à classe trabalhadora, através das suas entidades sindicais, movimentos sociais, movimento estudantil comprometidos com a democracia da classe, a romper as ilusões trazidos pelo discurso da extrema direita. Também é preciso discutir um programa socialista e revolucionário de fato alternativo para cidade de Criciúma. Não podemos cair no conto de que a única alternativa é a conciliação de classe como propõe o PT, PSOL, PCdoB.
Um programa socialista
É preciso defender um programa de transição a partir de Conselhos Populares organizados pelos trabalhadores, a juventude e o povo pobre da Periferia. A política de conciliação só fortalece a extrema direita e não é capaz de se enfrentar com a burguesia. A história mostra que as alianças com partidos burgueses e a burguesia só trouxeram a derrota da classe trabalhadora.
Criciúma é uma cidade que tem uma história de luta da classe operária, dos mineiros e metalúrgicos, dos trabalhadores do serviço público que foram fundamentais na luta contra os anos de chumbo da ditadura militar. É preciso honrar a luta das mulheres e homens que não mediram esforços para que a ditadura fosse derrotada.
Nessas eleições municipais precisamos lutar contra o capitalismo em busca de uma sociedade socialista. Queremos uma Criciúma para os trabalhadores, para o povo pobre, para as mulheres, negros e negras, LGBTQIA+, estudantes que lutam por uma educação de fato gratuita e de qualidade. Entre nessa luta com o PSTU.
Sendo assim, de acordo com a realidade da luta de classes e de compromisso com a classe trabalhadora numa alternativa real de independência de classe que se enfrente com a direita e aponte um programa para a nossa classe. Não há candidaturas comprometidas com a necessidade que a classe trabalhadora de Criciúma necessita. O PSTU indica voto nulo nessas eleições municipais em Criciúma.
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