PSTU-RJ: Carta Aberta à Rede Globo
Cyro Garcia é o único candidato negro a prefeitura do Rio de Janeiro e um dos poucos políticos negros com destaque na capital fluminense.
Em uma pesquisa do Datafolha, divulgada de julho deste ano, Cyro Garcia apareceu como o segundo candidato mais conhecido da atual disputa à prefeitura. 75% dos entrevistados declararam conhecê-lo.
Poderia ser um fenômeno da atual eleição, mas não é. Cyro Garcia também é um dos mais antigos políticos em atividade em nossa cidade. Foi presidente do Sindicato dos Bancários, deputado federal na década de 19019, e na opinião de Lula em entrevista ao jornal O Dia, em fins dos anos 1980, um dos mais importantes dirigentes sindicais do país.
No entanto, fruto de uma deliberação consciente por parte dos que manipulam essa democracia dos ricos, Cyro Garcia tem sido permanentemente ostracizado. Ao representar uma voz dissonante na política carioca e nacional, e apesar de, por exemplo, estar a frente de Rodrigo Amorim, e empatado tecnicamente com Ramagem e Tarcísio, na última pesquisa Quast, não é convidado a nenhum debate.
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Mas, não satisfeitos em ter uma clara deliberação de impedir que Cyro Garcia apresente suas posições, agora a Rede Globo resolveu atacar o candidato. O programa ‘Mais’ da Globonews atacou deliberadamente o candidato dizendo, segundo Otávio Guedes, que o Cyro não tem uma vida política no Rio, que ele só aparece na eleição e some e que ele só apareceria nas pesquisas porque as pessoas confundem com Ciro Gomes. Como se fosse pouco, a apresentadora Júlia Duailibi falou que o editor dela havia acabado de lhe dizer a mesma coisa.
Esta é uma visão míope da política, pois entende que para participar da vida política a pessoa tem de ocupar um cargo no Legislativo ou no Executivo, ignorando as lutas sociais onde o PSTU tem uma forte presença.
Se não conhecêssemos a Rede Globo e seu papel de eterna apoiadora do que houve de pior nesse país, da ditadura militar a Bolsonaro, passando por Fernando Collor de Mello, poderíamos esperar de seus serviços jornalísticos um mínimo de seriedade, o que inclui estudar a politica recente de nosso país, estado e cidade. Fruto desse posicionamento, de apoiar o pior da politica em nosso país, no final da ditadura, se cantava a todo pulmão “a verdade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura”.
Como sabemos quem é e o que representa este veiculo de comunicação, só podemos dizer que esta atitude racista e de ataque à nossa candidatura não passará desapercebida.
Não é por acaso que os meios de comunicação tradicionais estão cada vez mais desacreditados, ao abrirem as portas para um candidato como Pablo Marçal, que pelas regras que a emissora usa não deveria estar em nenhum debate, e ao mesmo tempo tentar desqualificar um dos mais importantes políticos da classe trabalhadora, e de um dos setores mais oprimidos da população. Ao agir assim, a Globo demonstra que segue sendo a Globo, e não por acaso tem recebido, de parte da população um justo tratamento quando canta “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”.