PSTU-SP oficializa alternativa revolucionária e socialista às eleições
Convenção realizada neste sábado, 3 de agosto, reafirma Altino à Prefeitura pelo PSTU e um time de candidaturas socialistas à Câmara Municipal
A classe trabalhadora e a população pobre e oprimida de São Paulo terão uma alternativa nestas eleições. Sob o lema “Contra os bilionários capitalistas, uma alternativa revolucionária e socialista dessa vez”, O PSTU oficializou, neste dia 3 de julho, seu time que apresentará um programa e uma estratégia para que os trabalhadores e a juventude paulistanas não fiquem reféns da extrema direita, encabeçada nestas eleições pelo atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), ou da velha política de conciliação com a burguesia, representada por Guilherme Boulos (PSOL).
Sob a condução de Vera, ex-candidata à Presidência, e da jornalista, ativista palestina e militante do PSTU, Soraya Misleh, a convenção do PSTU-São Paulo lotou o Sindicato dos Metroviários para ratificar a chapa que defenderá, na difícil e injusta disputa eleitoral, dominada pelo poder econômico, um programa revolucionário e socialista. Estiveram presentes operários, trabalhadores dos Correios, condutores, metroviários, bancários, professores da rede pública, ativistas por moradia incluindo imigrantes haitianos, bolivianos e venezuelanos, além de estudantes e jovens periféricos.
O metroviário Altino Prazeres, reconhecido lutador da categoria, que chegou a ser demitido pelo governo Tarcísio na luta contra a privatização do Metrô e da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), mas foi readmitido após uma intensa mobilização, encabeçará o nome do PSTU à Prefeitura da cidade. A candidatura à vice-prefeitura ficará a cargo de Silvana Garcia, mulher negra, LGBTI, lutadora socialista e por direito à moradia e residente do Jardim União, ocupação na Zona Sul que, após mais de 10 anos de luta, conquistou sua regularização fundiária.
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Altino demarcou sua oposição à candidatura de extrema direita de Nunes, apoiada por Bolsonaro, e o projeto de conciliação com os bilionários encabeçado na capital por Boulos junto ao PT. “Somos contra esse projeto bolsonarista de Nunes, que não representa os interesses da população, mas sim os interesses dos bilionários e das grandes empresas“, afirmou. “Já Boulos, é considerado de esquerda, mas se juntou ao PT que, no Governo Federal, é responsável por esse arcabouço fiscal que vai reduzir os gastos com Educação e Saúde“, também pontuou.
O agora oficializado pré-candidato do PSTU à prefeitura criticou a escolha de um ex-comandante da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) por Boulos, para elaborar seu programa de segurança pública. “Enquanto Nunes teve a cara de pau de chamar para vice um policial da Rota, uma das mais violentas divisões da PM, Boulos também convidou um ex-oficial da mesma Rota para ajudar em seu programa de segurança para São Paulo“, disse.
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Já Silvana reforçou a luta por moradia, contra a política de Nunes de governar para as grandes empresas e a especulação imobiliária, mas, diferente de Boulos, sem tentar conciliar com os bilionários, abrindo mão de um programa da classe trabalhadora. “A candidatura do PSTU vai defender a luta por moradia, sem abrir mão da radicalidade em favor de uma São Paulo dos ricos, fazemos parte da luta contra os despejos, estamos a favor de expropriar milhares de imóveis vazios utilizados para a especulação imobiliária, estamos a favor de tirar o dinheiro e o poder dos bilionários capitalistas, mexer nos lucros dos grandes empresários para garantir moradia ao povo pobre, defendeu Silvana.
Assiste a convenção na íntegra
Candidaturas revolucionárias e socialistas à Câmara
Completam o time das candidaturas do PSTU às eleições da capital paulista a professora Flávia, trabalhadora da educação estadual na Brasilândia; o também professor Lucas, educador da rede municipal na Zona Sul; e a candidatura coletiva da juventude “Romper o Poder: Socialistas contra o poder capitalista”, composto por Mandi Coelho e Gabriel, o Gábs, do PSTU e da Juventude Rebeldia.
“Nossas candidaturas vem apresentar um projeto contra essa falsa polarização e alternativas que visam salvar o capitalismo, e vamos fazer isso numa cidade que é símbolo da desigualdade, onde ricos usam seus Porsches para matar pobres“, afirmou a Professora Flávia. Ela também denunciou o projeto bolsonarista de militarização das escolas, levada a cabo pelo governo estadual com o apoio de Nunes: “Querem aprofundar e legitimar o genocídio que já praticam nas periferias de São Paulo“.
“Nos últimos dias, a extrema direita atacou com furor nossas pré-candidaturas, porque eles não conseguem responder às nossas ideias“, afirmou Mandi, que vem sofrendo uma campanha de ataques praticados por perfis e personalidades da ultradireita como a deputada Carla Zambelli e Arthur do Val, o “Mamãe Falei”. “É o que sempre acontece quando uma mulher tenta se rebelar contra a ordem estabelecida, mas não vão nos calar”, declarou.
“Ser jovem hoje é ver um mundo que caminha para a barbárie, a nossa geração carrega nas costas a tarefa de salvar a humanidade“, defendeu ainda Mandi, citando as crises climáticas, a violência, o desemprego e todas as agruras que atingem, principalmente, a juventude da classe trabalhadora, periférica, sobretudo dos setores mais oprimidos. “Dizem que aqui é a cidade das oportunidades, mas oportunidade para que? Para ser esmagado pela escala 6X1? Para o desemprego? Para você, ao ser mulher, negro, LGBTI e periférico, ser esmagado pela polícia?“, questionou, por sua vez, Gábs.
O professor Lucas denunciou a política de cortes e ajuste do arcabouço fiscal e reforçou o apoio da chapa às lutas dos trabalhadores, como dos servidores federais, e as atuais greves do INSS, do Ibama e do ICMbio. “É esse projeto que Boulos e Marta vão aplicar aqui, e também estaremos, nas eleições e nas ruas, contra a ultradireita”, defendeu.
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Entusiasmo e animação marcaram o final da convenção, com um chamado à classe trabalhadora, à juventude e aos setores mais oprimidos como as mulheres, negras e negros, e LGBTIs, a fim de que empalmem uma campanha em defesa de um programa contra a exploração e a opressão capitalista e suas diferentes expressões eleitorais. “Vamos defender que nós governemos, e quando falo nós não é o candidato a prefeito, não é o governador, mas a classe trabalhadora organizada, é o pessoal das ocupações que tem que decidir sobre o seu território, são os estudantes e os professores onde vai o dinheiro para a educação, são os trabalhadores metalúrgicos que vão decidir sobre a sua produção”, afirmou Altino.
O pré-candidato ainda fez um chamado a que as trabalhadoras e trabalhadores, assim como a juventude e todos os oprimidos ajudem a construir o PSTU enquanto ferramenta de organização e luta por uma revolução socialista, que ponha fim a todo o tipo de exploração e opressão.