Lutas

Trabalhadores dos Correios se mobilizam e preparam greve nacional para o dia 8

Mobilizações no Rio Grande do Sul e em São Paulo apontam o caminho da luta

Redação

5 de agosto de 2024
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Categoria reivindica concurso público e mudanças no plano de saúde | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Os trabalhadores dos Correios aprovaram, em assembleias realizadas em todos os estados, o indicativo de greve nacional da categoria para o próximo dia 8. A direção da empresa mantém um impasse nas negociações das pautas apresentadas como parte da Campanha Salarial.

A proposta apresentada pela direção dos Correios é de aumento de 6,05% a partir de janeiro de 2025, e reajuste de 4,11% nos benefícios, como vale-alimentação, a partir de agosto de 2024. A categoria rejeitou essa proposta, classificada como insuficiente, demonstrando descaso e intransigência da direção da empresa.

A realização de concurso público e mudanças no plano de saúde também estão entre as principais reivindicações que seguem sem ser atendidas.

De acordo com Geraldinho Rodrigues, militante do PSTU e dirigente da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect) e da CSP-Conlutas, a paciência da categoria acabou: “O clima nas bases é de disposição de luta pelas reivindicações. Os trabalhadores estão cansados de ouvir o presidente Fabiano dos Santos repetir como um papagaio que ‘o presidente Lula retirou os Correios da lista das privatizações’. Mas, o governo não deu um passo para acabar com a política covarde das terceirizações nos Correios, que sonega direitos, atrasa salários e benefícios de parcela expressiva da classe trabalhadora; assim como reverter ataques feitos no governo Bolsonaro, como em relação às férias dos trabalhadores”.

Geraldinho ressaltou que além dos baixos salários, o menor entre as estatais, a falta de concurso público há 13 anos é outro grave problema. “O déficit de trabalhadores em todo o país passa de 30 mil, segundo os sindicatos. Essa situação reflete numa superexploração crescente e os casos de adoecimento físico e psíquico dos trabalhadores é cada vez maior”, disse o dirigente da Fentect.

“O plano de saúde, com altos valores cobrados na coparticipação e nas mensalidades, tornou-se inviável para a maioria dos trabalhadores e a reivindicação da volta dos Correios Saúde também é central”, completou Geraldinho.

A luta e a mobilização estão apontadas como o caminho a seguir para arrancar as conquistas. “Nós, da CSP-Conlutas, defendemos que a mobilização é o caminho para conquistar as reivindicações dos trabalhadores. As direções majoritárias na categoria, ligadas à CUT e à CTB, precisam construir de fato uma mobilização unificada das duas federações e 36 sindicatos para cobrar a empresa e o governo Lula”, finalizou Geraldinho.

Rio Grande do Sul

Na última sexta-feira, dia 2, os trabalhadores do Rio Grande do Sul realizaram um dia de mobilização em preparação a greve nacional do próximo dia 8. “Começamos um dia com uma forte mobilização no Complexo do Sertório que durou mais de uma hora. Depois realizamos mobilizações em outros complexos operacionais, chamando a categoria a ir à luta por nossos direitos, cobrando que o governo Lula e a direção dos Correios atendem nossa pauta reivindicatória”, disse Alexandre Nunes, militante do PSTU e secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Rio Grande do Sul.

“Queremos que a direção da empresa seja séria nas negociações, que possamos avançar em temas centrais da nossa pauta, como a realização do concurso público e o fim das mensalidades absurdas no plano de saúde”, completou.

São Paulo

Hoje, dia 5, os trabalhadores dos Correios de São Paulo paralisaram, iniciado pelos trabalhadores motorizados, que envolveu toda a categoria. Um forte de dia de luta exigindo a reabertura das negociações, reajuste das funções dos motorizados, retorno dos 70%, redução do custeio do plano de saúde, reajuste salarial já, e a realização de um concurso público.

Trabalhdores do CDD Parque Cocaia paralisados no dia de hoje (5/8) | Foto: Sintect-SP

A greve evidenciou a disposição de luta dos trabalhadores, que, cansados das condições precárias e da falta de valorização, decidiram mostrar todo seu poder de mobilização. Uma demonstração da insatisfação que permeia a categoria.

As mobilizações realizadas no Rio Grande do Sul e em São Paulo é o início de uma batalha ainda maior. A categoria realizará assembleias no próximo dia 7 para os encaminhamentos finais para a greve do dia 8.