G20 em Teresina: Manifestantes protestam contra a privatização da água e a contrarreforma ambiental de Rafael Fonteles (PT)
Um grupo de manifestantes protestou contra a privatização do abastecimento de água e saneamento no Piauí. A manifestação ocorreu do lado de fora do Centro de Convenções de Teresina, local onde ocorre reunião de representantes do G20, grupo de países que formam as maiores economias do mundo.
Entre os manifestantes estavam membros de entidades como Cáritas, ASA – Articulação do Semiárido, Sindicato dos Urbanitários, Rede Ambientalista do Piauí (Reapi), Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Piauí, CSP-Conlutas e PSTU, dentre outras organizações.
O processo de privatização da água e esgoto no Piauí é tocado pelo governo Rafael Fonteles (PT). “Caso o processo se consolide, será o fim da empresa de águas e esgotos do Piauí, a Agespisa. O governo quer leiloar a concessão dos serviços até agosto, na Bolsa de Valores de São Paulo. Aliás, é uma privatização similar a que Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, quer impor à Sabesp“, afirma Geraldo Carvalho, pré-candidato a prefeito de Teresina pelo PSTU. “É a continuação da privatização iniciada apenas em Teresina, anos atrás, fruto de uma parceria entre o governo Wellington Dias (PT) e o ex-prefeito Firmino Filho (PSDB)“, continuou.
Os manifestantes também exigem a retirada de tramitação do Projeto de Lei 76/2023, de autoria do governador Rafael Fonteles(PT).
“Caso seja aprovado este PL, será uma flexibilização radical da legislação ambiental para favorecer a exploração econômica indiscriminada de projetos altamente predatórios como o agronegócio, mineração e empreendimentos da energia dita verde“, denunciou Yara Ferry, pré-candidata a vice prefeita de Teresina.
“Tais empreendimentos do agronegócio, mineração e emergia têm acirrado os conflitos por terra, expulsando populações tradicionais, envenenando rios, afetando nascentes, propiciando mais desigualdes sociais e mais fome“, completa Daniel Solon, militante do PSTU e pré-candidato a vereador de Teresina.
A reunião do G20 é envolta em uma grande hipocrisia. Os representantes dos países mais ricos falam em formar uma “aliança global contra a fome e a pobreza” no G20. Mas os governos de tais países são os maiores incentivadores de políticas que atacam direitos trabalhistas, o direito à previdência, e incentivam os grandes empreendimentos predatórios.
“Ou seja, a preocupação do G20 não é com a melhoria de vida da grande maioria da população e garantia de direitos sociais como água, emprego, combate à fome e a defesa ambiental. A preocupação dos representantes dos países mais ricos é manter os lucros de poucos no sistema capitalista e impulsionar privatizações“, afirma Geraldo Carvalho.
Durante o protesto, também foi denunciada a fome em Gaza, e o genocídio praticado por Israel contra o povo palestino. Também foram lembradas as consequências de problemas ambientais, como a enchente no Rio Grande do Sul, que desabrigou e também causou fome entre milhares de pessoas.