RS: Cozinha solidária distribui alimentos e água aos atingidos pela catástrofe climática em Porto Alegre
Solidariedade de classe é impulsionada em campanha realizada pela CSP-Conlutas e o PSTU
Ana Rita, trabalhadora da Saúde Municipal de Porto Alegre e militante do PSTU, juntamente com sua sobrinha, Melanie (Mel), criaram uma cozinha solidária para ajudar, com a distribuição de alimentação e água, pessoas desabrigadas, trabalhadores e voluntários envolvidos no regaste de pessoas e animais.
A campanha teve início no dia 4 de maio, nas redes sociais da “Confeitaria da Mel”, que tem milhares de seguidores, com um pedido de contribuição.
“No dia 6, as primeiras marmitas começaram a ser entregues. A estrutura de produção se deu em torno à confeitaria, localizada na Zona Sul de Porto Alegre, envolvendo familiares, funcionários, amigos, parentes e a militância do partido. A partir do dia 8, uma nova estrutura foi organizada em casa, envolvendo outros militantes do partido, simpatizantes e meus vizinhos. A confeitaria passou a ser um local de recebimento das doações”, disse Ana Rita.
“Uma corrente de solidariedade foi sendo construída. Como falamos, é o trabalhador ajudando o trabalhador. O almoço e lanche são para as pessoas desabrigadas e para os trabalhadores e trabalhadoras envolvidos nas ações de resgaste, os voluntários e o pessoal da limpeza, que estão trabalhando nos abrigos”, completou.
Vila Esperança
A entrega da comida e da água tem ocorrido principalmente na Vila Esperança, no bairro Belém Velho. Essa ação tem recebido apoio dos moradores do bairro, a exemplo da Jéssica, caixa operadora, atualmente desempregada, que tem contribuído com a distribuição.
“Nessa região moram muitos ambulantes, que trabalham na região central da cidade, e catadores de lixo reciclável, que estão sem poder trabalhar em razão das cheias. Sofremos constantemente com a falta de água e luz. O córrego que existe aqui tem transbordado, alagando algumas ruas. Às vezes, chega a alagar algumas casas”, relatou Jéssica.
Ela explicou como a entrega das marmitas é feita à população: “Existe uma organização por grupos de WhatsApp. Quando as refeições chegam, os moradores são avisados e se direcionam para a minha casa. Na maioria das vezes, são as crianças que vêm buscar. Essa alimentação serve para amenizar a situação de precariedade em que população está vivendo”.
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Campanha de solidariedade da CSP-Conlutas
A campanha financeira nacional que está sendo realizada pela CSP-Conlutas, como o apoio do PSTU, tem contribuído para compra de alimentos para a cozinha solidária. “Tem sido uma campanha importante. Por isso, pedimos que as contribuições sigam sendo realizadas. O Brasil todo está envolvido”, destacou Ana Rita.
A Escola Mané Garrincha, que se tornou uma referência como espaço de abrigo, acolhimento, recepção e doação, também tem contribuído com a cozinha solidária. Resplande de Sá, diretora da escola, com o apoio e envolvimento da comunidade, tem desenvolvido importantes ações solidárias auto-organizadas.
Outras ações
Além da cozinha solidária e da atuação na Escola Mané Garrincha, a militância do PSTU está envolvida em outras ações solidárias, a exemplo da Fabiana Sanguiné, que é pré-candidata à prefeita de Porto Alegre. Auxiliar de Enfermagem, ela tem atuado nos abrigos, com uma equipe de voluntários do hospital onde trabalha.
“Estamos fazendo o que podemos para ajudar. É uma tragédia muita grande. Temos que desenvolver ações de solidariedade entre nós, da classe trabalhadora, que somos a maioria dos atingidos. Estamos desenvolvendo essas ações, mas sem deixar de cobrar dos governos as ações necessárias, pois todos os governos, os empresários e o agrobilionários são os responsáveis por esta tragédia”, finalizou Fabiana.
NACIONAL
Campanhas solidárias estão sendo realizadas por todo o Brasil
Além da campanha financeira realizada pela CSP-Conlutas, apoiada pelo PSTU, a militância do partido e da central sindical também têm realizado outras ações, como coletas de alimentos e água a serem enviados para o Rio Grande do Sul.
Em Belém, capital do Pará, na Região Norte do Brasil, o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (filiado à CSP-Conlutas) está arrecadando alimentos e água nos canteiros de obras.
Um abraço dos peões de obras aos seus irmãos de classe
“Debatemos em nossa reunião da diretoria, discutindo como iríamos nos somar à campanha da CSP-Conlutas. Somos um sindicato que sempre contribui com as campanhas solidárias. Mas, desta vez, decidimos não apenas contribuir financeiramente. Decidimos levar essa discussão para os canteiros de obras, para debater a campanha de solidariedade e apresentar um debate político sobre o que está acontecendo no Rio Grande do Sul e quem são os responsáveis por essa tragédia”, explica o operário Ailson Cunha, Coordenador-Geral do sindicato.
“Fizemos uma divisão da equipe de diretores e iniciamos a ida às obras. Colocamos um carro de som circulando pelas ruas de Belém. Também colocamos uma faixa na sede do sindicato. A ação mostrou-se correta, já que a categoria abraçou a campanha e está fazendo contribuições. Seguimos ainda em ação”, finalizou Ailson.