Ato vai lembrar os 76 anos da Nakba e denunciar o genocídio em curso do povo palestino
O drama vivido pelos palestinos tem um marco inicial. O início da perseguição, dos assassinatos, do roubo das terras que ainda hoje fazem vítimas em Gaza e na Cisjordânia chama-se Nakba, o termo árabe para tragédia, e ela começou em 15 de maio de 1948.
A data marca a criação do estado de Israel e o início da política colonial e de segregação racial na Palestina. Todos os anos, o dia da Nakba é lembrado ao redor do mundo, com atos, marchas e atividades em defesa do povo palestino.
Em 2024, a CSP-Conlutas estará presente no protesto que ocorrerá em São Paulo, na quarta-feira (15), a partir das 17h30, no Masp (Av. Paulista). Os participantes sairão em caminhada até a Praça Roosevelt.
Este ano, os protestos do Dia da Nakba ocorrem em um momento de violência sem precedentes contra os palestinos. Em Gaza, o número de mortos já superou 35 mil pessoas, ao menos 15 mil crianças foram assassinadas.
Além disso, os cerca de 1.6 milhões de pessoas que habitam o enclave já não têm mais lugares para procurar refúgio dos bombardeios israelenses. Rafah, que até pouco tempo era o último abrigo, agora também está nas mãos do invasor.
Com isso, foram cortadas todas as entradas de ajuda humanitária por terra. Além de alimentos e medicações, os palestinos devem ficar sem o combustível que mantém hospitais funcionando e as bombas levando a escassa água potável aos moradores.
Se em Gaza, a luta pela sobrevivência é diária, na Cisjordânia e em Jerusalém os palestinos vivem uma radicalização do apartheid, com colonos judeus de extrema direita ateando fogo em casas palestinas e até mesmo nos prédios da ONU.
Também viralizou nas redes sociais vídeos de sionistas dançando e comemorando, após destruírem caminhões que levariam comida e medicamentos para Gaza, numa demonstração clara de um plano genocida.
Êxodo que persiste
Logo após a criação de Israel, em 1948, por uma decisão arbitrária dos países imperialistas, o sionismo iniciou a invasão às terras palestinas. Seja com o exército ou as milícias, ao menos 750 mil árabes palestinos tiveram de deixar suas casas naquela época.
Inúmeros massacres foram cometidos pelas tropas de Israel. Mais de 400 aldeamentos e cidades da comunidade palestina foram destruídos ou esvaziados. As autoridades israelenses apagavam a referência de existência de muitas destas localidades nos mapas.
Este processo de limpeza étnica, como se ali nada existisse antes de 1948, promoveu um êxodo contínuo. Hoje, presos em Gaza, os palestinos também são obrigados a caminhar incessantemente.
Desde outubro de 2023, mais de um milhão de pessoas tiveram de se deslocar de uma área para outra, dentro de Gaza, lutando pela sobrevivência. Com os ataques de Israel em Rafah, no Sul de Gaza, as famílias tiveram de voltar à região central, completamente destruída.
Estudantes na luta
Apesar da repressão dos governos e das direções das universidades, além da violência policial, os estudantes seguem acampados em diferentes locais dos EUA exigindo o fim das relações das instituições de ensino com Israel.
Com os acampamentos também crescendo em diversos países da Europa, também foram registrados episódios de repressão na última semana. Em Amsterdam, na Holanda, os alunos fizeram barricadas para evitar que a polícia se aproximasse do local do protesto.
Até mesmo uma escavadeira foi utilizada pela polícia para abrir caminho contra os manifestantes e 125 alunos foram presos na capital holandesa.
Brasil deve romper!
No Brasil, os protestos seguem exigindo que Lula rompa todas as relações diplomáticas, militares e comerciais do paíscom Israel. Na semana passada, estudantes da USP se somaram às manifestações da juventude que ocorrem pelo mundo e também realizaram um acampamento na universidade para exigir o fim de convênios com o sionismo.
Recentemente a pressão pelo desinvestimento também pressionou o Exército brasileiro, que suspendeu, pelo menos num primeiro momento, o contrato de compra de blindados israelenses após pressão de ativistas.
A CSP-Conlutas defende que é preciso ir além. Também é necessário romper com o regime sionista diplomaticamente e pressionar para que Israel sofra com as sanções internacionais. em diferentes esferas.
Não se pode assistir a um genocídio de braços curzados. Todos as ruas no dia 15, para mais uma vez, exigir o direito de existir do povo palestino.
Pelo fim do estado racista e do apartheid imposto por Israel. Por uma palestina livre, laica e democrática. Do Rio ao Mar!
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