RS: Sobe para 90 o número de mortos e há um total de 132 desaparecidos
CSP-Conlutas realiza campanha de arrecadação financeira via PIX e transferência bancária. Contribua!
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul atualizou para 90 o número de mortos em razão dos temporais que atingem o estado. O boletim divulgado nesta terça-feira (7) ainda aponta que há outros 4 óbitos sendo investigados. O estado registra 132 desaparecidos e 361 feridos.
Há 203,8 mil pessoas fora de casa. Desse total, são 48,1 mil em abrigos e 155,7 mil desalojados (pessoas que estão nas casas de familiares ou amigos).
O Rio Grande do Sul tem 388 dos seus 497 municípios com algum relato de problema relacionado ao temporal, com 1,3 milhão pessoas afetadas.
Segundo boletim do governo do estado, a CEEE Equatorial não informou quantos pontos na área de concessão estão sem luz. Mais cedo, um representante da empresa afirmou que havia 170 mil imóveis sem energia em Porto Alegre. Já a RGE Sul afirma que há 270 mil pontos sem luz na área onde atua.
A Corsan totaliza 750 mil clientes sem abastecimento de água no estado. Em Porto Alegre, o Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) disse que 70% da cidade está sem água.
O governo do estadual também afirma que 789 escolas de 216 municípios estão afetadas (386 danificadas, 52 servindo de abrigo, além de locais com problemas de transporte e acesso). Os problemas impactam 273 mil estudantes.
As rodovias estaduais registram bloqueios totais e parciais em 99 trechos de 42 estradas. Nas rodovias federais, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informa 58 bloqueios, sendo 19 parciais.
Campanha solidária
A CSP-Conlutas se soma à campanha em apoio aos atingidos e dá início a uma campanha de arrecadação financeira.
As contribuições devem ser feitas via PIX, através da chave: financeiro@cspconlutas.org.br.
Ou ainda via depósito/transferência para:
Banco do Brasil
Agência: 3520-3
Conta corrente: 26261-7
CNPJ: 07.887.926/0013-23
As doações serão destinadas pela direção estadual do Rio Grande do Sul da CSP-Conlutas à assistência de famílias atingidas.
Juntamente a isso, exigimos do governo de Eduardo Leite (PSDB), governos municipais e do governo federal a imediata assistência aos atingidos e o restabelecimento de serviços essenciais.
Os governos devem colocar em prática um plano de obras públicas que possa garantir a reconstrução das moradias e locais destruídos, atendendo, prioritariamente, as populações que vivem em áreas de risco.
A CSP-Conlutas também defende a suspensão do pagamento da dívida pública, para garantir dinheiro público para as reais necessidades da população.
É preciso enfrentar a crise climática, causada pela ganância e irracionalidade capitalista. Isso implica enfrentar de imediato os interesses do agronegócio, da especulação imobiliária, as privatizações e, acima de tudo, avançarmos na luta por uma sociedade socialista.
SAÍDA
Programa imediato para enfrentar a catástrofe
— Imediata assistência aos atingidos, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução das residências e locais destruídos;
— É necessário enfrentar a especulação imobiliária, desapropriar residências em áreas seguras que, hoje, só servem para a especulação, para garantir moradias dignas à população pobre, além de reparar os prejuízos dos que já foram atingidos;
— Zerar o déficit habitacional, expropriar os imóveis dos grandes capitalistas, usados para a especulação imobiliária;
— Como parte da solução dos problemas de infraestrutura e reconstrução das casas, estradas e pontes, defendemos o não pagamento da ilegítima da dívida pública. Assim, seria possível financiar um plano estatal de prevenção às mudanças climáticas; como também um plano de obras públicas para reconstrução das casas atingidas e construção de novas residências, para quem vive em área de risco;
— Reestatização da CEEE (eletricidade) e da Corsan (água e esgoto), sem indenização para os empresários e sob controle dos trabalhadores e usuários, para que atendam às necessidades da maioria da população.
CRISE DO CAPITAL
Socialismo ou colapso ambiental
Atualmente, todas as tragédias ditas naturais que ocorrem no mundo são cada vez mais graves. Tudo isto nos dá a dimensão e a urgência de enfrentarmos a catástrofe climática, que passa, obrigatoriamente, por mudanças profundas na forma de produção e relação com a natureza, inclusive atacando o agronegócio.
O PSTU se solidariza com todas as vítimas, se soma nas ações de solidariedade aos desabrigados que estão sendo chamadas e se compromete a seguir exigindo dos governos investimento de recursos nas medidas preventivas.
Ao mesmo tempo, fazemos um chamado à reflexão: está em nossas mãos (dos explorados, dos oprimidos e da juventude precarizada) mudar os rumos da história da humanidade. Sem romper o ciclo expansionista da acumulação de capital e usar a riqueza produzida pelos trabalhadores e trabalhadoras, para atender às necessidades coletivas da sociedade, ao invés de ser apropriada pela burguesia, a civilização caminhará para a completa catástrofe.
É preciso que rompamos com o capitalismo e construamos uma sociedade socialista. Até que isto aconteça não haverá racionalidade na relação com a natureza.