RN: Em Natal, manifestantes foram às ruas por memória, verdade e justiça às vítimas da ditadura militar
Tiago Silva, de Natal (RN)
Neste 1º de abril, Natal também se juntou a outras capitais do Brasil e realizou seu ato para lembrar os 60 anos do golpe militar brasileiro e para que não se esqueçam os crimes da ditadura. Na capital potiguar, a manifestação ocorreu na praça Pedro Velho.
Com faixas, cartazes, bandeiras e palavras de ordem, partidos, sindicatos e movimentos sociais reforçaram a importância de não ocultar os crimes do Estado brasileiro à época do regime militar. Durante sua inversão no ato, Nando Poeta, sociólogo e militante do PSTU, lembrou que todos os governos, desde Fernando Henrique Cardoso e passando por Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro, anistiaram os militares e não realizaram com profundidade as comissões da verdade.
Nando também rechaçou a atitude do presidente Lula (PT) de blindar os militares e esquecer o golpe de 64, para garantir impunidade aos torturadores, apesar de ter sido vítima da ditadura e da tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023. Além disso, cobrou dos parlamentares do Partido dos Trabalhadores no Rio Grande do Norte, que não colocaram peso no ato. “Isso é traição! Isso é traição à nossa luta!”, criticou.
A ditadura civil-militar representou um verdadeiro retrocesso para o País. Sua política econômica favoreceu apenas aos ricos e poderosos, pois acentuou as desigualdades sociais. E esse regime perseguiu trabalhadores e trabalhadoras, negras e negros, mulheres e LGBTIs.
Além disso, fortaleceu a militarização da Polícia, que deu origem à corporação violenta que conhecemos hoje, sendo um dos piores entulhos desse período da nossa história.
Exigimos justiça às vítimas da ditadura militar. Precisamos defender a reinstalação da Comissão Especial dos Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), que foi extinta no governo Bolsonaro (PL) e a reinterpretação da Lei da Anistia de 1979.
Sem anistia anistia para os de hoje e de ontem! Prisão para Bolsonaro!