Rio de Janeiro: Uma semana de eventos climáticos extremos
O Estado do Rio de Janeiro enfrenta, mais uma vez, a tragédia de chuvas anunciadas que atinge os trabalhadores, em especial os mais pobres.
Na região serrana, em Teresópolis e Petrópolis, a situação foi pior, com graves desmoronamentos; em Petrópolis, quatro pessoas morreram soterradas; em Teresópolis, uma; em Angra, uma pessoa foi atingida por um raio; em Duque de Caxias, um motorista de caminhão morreu afogado; em Nilópolis, uma pessoa ficou ferida com o desabamento de uma casa; na cidade do Rio de Janeiro, onde as chuvas foram menos intensas, e felizmente não houve mortos, vários bairros sofreram com alagamentos, quedas de arvores,…
Uma semana de extremos
As fortes chuvas que caíram no Estado vieram depois de uma onda de calor extremo. Na cidade do Rio de Janeiro, a sensação termina chegou a 62°. Aliás, este foi um dos fatores constitutivos do temporal que desabou na capital. Essas temperaturas elevadíssimas se chocaram com uma frente fria vinda do Sul.
Todas as previsões indicavam a possibilidades de chuvas superiores às que caíram, o que se confirmasse teria sido uma tragédia de proporções inimagináveis. Mas o fato de que dessa vez não tenha sido como se previu, não significa que não esteja colocado daqui para frente situações climáticas cada vez mais radicais.
Claudio Castro e Eduardo Paes, as duas faces da mesma moeda.
O governador e o prefeito da cidade do Rio de Janeiro fizeram “cara de paisagem” para a semana de calor extremo. Era como se não fosse com eles. Um transtorno que afeta a vida de milhões de trabalhadores e estudantes obrigados a seguirem sua rotina em salas de aulas, locais de trabalho, moradias e transportes que não estão adaptados a esta situação.
As ondas de calor não causam apenas desconforto, elas matam. Como sempre, primeiro os mais debilitados, mas atingem a saúde de toda a população. Não ter tomado nenhuma medida sobre isso, indica o descaso de Paes e Castro com a população.
No caso das chuvas, cada um com seu estilo, governador e prefeito foram para a imprensa dizer que estavam preparados para o evento climático. Pura balela!
As chuvas só não fizeram mais estragos porque não vieram na intensidade esperadas, mas todos os anos dezenas de fluminenses perdem a vida e centenas (as vezes milhares) perdem seus poucos pertences com as chuvas, numa repetição infernal.
Essas tragédias anuais poderiam ser evitadas. Ocorrem por responsabilidade daqueles que governam a cidade, o estado e o país.
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É preciso encarar de frente a nova situação climática
Há uma nova situação climática no mundo. No Rio de Janeiro, como dissemos acima, em uma mesma semana tivemos situações de calor extremo como chuvas torrenciais. Esses eventos extremos causam graves problemas ao conjunto da população, em geral, e a classe trabalhadora, em particular.
Os setores mais pobres da população, aqueles que não tem condição de usar ar-condicionado e ventilador, sofrem muito mais. Aqueles que são obrigados a ser entregadores, ou outros trabalhos precários, que trabalham nas ruas, em dias como esses, estão expostos as condições que afetam a saúde e até matam.
Sem falar, como aconteceu algumas vezes na cidade do Rio de Janeiro, que o aumento do calor leva a vários pequenos apagões, já que as geladeiras, ar-condicionado e ventiladores consomem muita energia elétrica e trabalham muito mais numa situação como essa.
Como na questão das chuvas, as situações de calor extremo são previsíveis e, portanto, seus efeitos poderiam ser atenuados com:
— A suspensão do trabalho sem perda da remuneração, seja dos trabalhadores formais garantidos pelos padrões, seja dos informais, seja inclusive dos pequenos comerciantes (garantido pelo Estado);
— A garantida de lugares adequados para enfrentar essas situações; a adaptação de locais de trabalho e estudo às novas situações (ar condicionado no caso de calor extremo);
— O aperfeiçoamento do sistema de previsões meteorológicos.
Esses são alguns exemplos de medidas que devem ser tomadas.
Por outro lado, é preciso um plano de moradias populares que ofereçam uma alternativa aos trabalhadores e moradores das áreas de risco. Um plano de obra pluviais que leve em conta a nova realidade.
Isso sem falar na necessidade de ressarcir aqueles que são atingidos pelos eventos extremos, em suas perdas materiais, e nos inevitáveis danos à saúde.
Os eventos extremos são causados pela destruição capitalista da natureza
É preciso dizer em alto e bom som, o que está acontecendo não é fruto da natureza, mas da ação dos homens, mais especificamente, da burguesia e dos grandes capitalistas. Dos ricos, que para serem ricos não apenas exploram os trabalhadores até a sua morte, mas estão destruindo o planeta Terra.
Para reverter este processo é preciso acabar com o sistema que vive da exploração dos trabalhadores e da rapinagem de todas as riquezas naturais. É preciso racionalizar a relação com a natureza, vê-la como uma riqueza finita e esgotável. A luta contra a destruição da natureza ganha na atualidade um sentido dramático. Está colocado como imediata a luta para deter a destruição do planeta, que cada vez mais é sinônimo de luta pela destruição do capitalismo.