RJ: Fora governador Cláudio Castro! Ninguém aguenta mais!
Pesquisa da Atlas Intel mostra que o governador do Rio de Janeiro é o segundo pior do país com 43% de reprovação
Cyro Garcia, pré-candidato a prefeito da cidade do Rio de Janeiro pelo PSTU
São diversos os fatores que aprofundam o desgaste do governador, a implementação de uma política racista e genocida de segurança pública, suspeita de envolvimento em corrupção, omissão e descaso diante do impacto das chuvas no estado nas últimas semanas. Fora Cláudio Castro!
Alto índice de rejeição
Uma pesquisa da Atlas Intel divulgada no começo deste ano apresentou Cláudio Castro (PL) como o segundo pior governador do país com 43% de reprovação, atrás apenas de Rachel Lyra, governadora de Pernambuco. Em novembro do ano passado, em pesquisa divulgada pelo instituto Prefab Future, realizada apenas com moradores da cidade do Rio, apontava que quase 60% dos cariocas reprovavam o atual governador.
Castro foi reeleito em primeiro turno, com apoio comprado com o dinheiro da privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) de 85 prefeitos dos 92 municípios do estado e agora amarga tamanha impopularidade e insatisfação. Queremos nesse texto trazer alguns elementos que consideramos importantes para compreender o cenário e a importância de lutar para pôr para fora Cláudio Castro.
Corrupção – Castro recebeu pagamentos não autorizados de aproximadamente R$ 400 mil
Um relatório da Polícia Federal (PF) apontou indícios de que o governador, recebeu pagamentos não autorizados entre 2017 e 2019, período em que foi vereador e vice-governador do Rio. Um no valor de 326 mil reais e outro no valor de 40 mil dólares. A investigação da PF foi citada na decisão do ministro Raul Araújo do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) a respeito do mandado de busca na casa de Vinícius Sarciá, irmão de criação de Castro.
Além desse caso envolvendo a empresa Servlog e a Fundação Leão XIII, outros casos de corrupção no governo de Castro chamam a atenção, especialmente o escândalo do Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Ceperj). Claudio Castro teve o sigilo bancário, fiscal e de dados quebrados por autorização do STJ. É necessário seguir a investigação e que se puna corruptos e corruptores!
Violência – conflitos armados afetam a população diariamente
A sensação ao andar pelo Rio de Janeiro, em especial em áreas da região metropolitana como baixada e bairros das zonas norte e oeste do município do Rio, é que estamos no meio de uma guerra. E não é absurdo dizer que vivemos em guerra, pois os números relacionados aos conflitos armados no estado se assemelham a números de regiões em guerra. A disputa por território e o comercio ilegal de drogas entre facções do tráfico e milícia colocam a população em situações de terror. Os episódios que aconteceram no final de 2023 demonstraram essa situação. Em outubro, grupos milicianos fecharam vias e comércio, incendiaram dezenas de ônibus pela cidade, em outras palavras, tomaram conta da cidade e levaram a população a situações desesperadoras. No mesmo mês, três médicos foram assassinados na orla da praia da barra confundidos com milicianos por uma facção do tráfico. Em setembro, imagens mostraram o tráfico fazendo treinamento no complexo da maré, bem próximo a uma escola.
O governador não possui capacidade para resolver essa situação. A resposta de Cláudio Castro não foi novidade. Como fez em toda sua gestão até agora. Realizou mais operações policiais nas comunidades, inclusive com apoio do governo federal. Castro seguiu tão à risca as ideias de seu antecessor, Wilson Witzel, que se tornou responsável por três das cinco maiores chacinas da história do Rio. Diante da falta de segurança, parte da população ainda apoia essa política de segurança, o que fez Castro colocar sua política de segurança pública como carro chefe de seu governo.
No entanto, mesmo que parte da população ainda defenda as operações policiais na comunidade, cada dia que passa fica mais nítido que não é um método eficaz, pois essa é a política há décadas e nosso estado segue numa crise brutal em relação a segurança pública. Enquanto isso, são os trabalhadores e o povo pobre que sofrem na pele com as operações policiais, em especial o povo negro. Agatha, Emily, Victória, João Pedro, Thiago, Eloá e tantos outros jovens e crianças vítimas da política de segurança de Claudio Castro
As chuvas afetaram o Rio – Cadê Claudio Castro? Na Disney.
As chuvas que caíram nesse mês de janeiro fizeram mais de uma dezena de vítimas no estado. Foram 13 mortos nas chuvas entre os dias 13 e 14 de janeiro. Está certo que foi um volume muito maior que o esperado, em algumas cidades choveu mais que o previsto para todo mês de janeiro e que esse cenário revela muito das mudanças climáticas consequência da destruição ambiental promovida pelo capitalismo.
Porém, já é sabido que essa época o estado enfrenta fortes chuvas. Lembremos da situação da região serrana. O governo do estado deveria se preparar melhor para enfrentar essa situação. Mas o que assistimos foi total descaso do executivo estadual. Além das mortes, parcelas consideráveis da população foram afetadas pelas chuvas. Na baixada, famílias tiveram suas casas inundadas e muitos perderam tudo, do mobiliário a mantimentos. Passados dias das chuvas, diversas áreas ainda estavam alagadas e pessoas se locomoviam através de barcos em algumas regiões da baixada. Diversas vias públicas, inclusive vias expressas importantes como a Avenida Brasil ficaram de baixo d’agua ocasionando longos engarrafamentos. Transportes como trens e metros pararam porque estações inteiras também ficaram de baixo d’agua.
E diante de todo esse caos, o governador Cláudio Castro estava com a família de férias na Disney. Num período, como dito anteriormente, sabidamente demanda atenção por conta das fortes chuvas. O governador deu a primeira declaração sobre a situação ainda em solo americano. Somente quando começou a ser criticado na imprensa, reflexo do descontentamento da população, é que o governador suspendeu as férias para voltar ao Rio, mostrando seu descaso com a população que sofria com o impacto das chuvas.
Isolamento politico
Castro, como vimos acima, já mostrou ser incapaz de resolver os problemas do Rio, mas além disso, no último período suas movimentações políticas também o levaram a um isolamento político. Aquela força demonstrada em sua reeleição pode estar virando pó. Castro surfou muito na onda do bolsonarismo, mas no último período tentou construir um espaço seu, chegou a entrar em atritos com Bolsonaro e com os chefes de seu partido, o PL. Talvez o momento mais emblemático tenha sido na votação para presidência da mesa diretora da Alerj, onde emplacou seu braço direito, Rodrigo Bacelar, numa queda de braço dentro do próprio PL.
O atual governador chegou a estudar a mudança de legenda, como noticiaram diversos veículos de comunicação. Justamente num momento em que se aproximou de Lula em alguns eventos e reuniões. Foi vendo sua popularidade desmanchar e fez um movimento recentemente de abraçar novamente Bolsonaro e vem tentando se colocar como articulador político do pré-candidato bolsonarista a prefeitura do Rio, Alexandre Ramagem, mas com toda essa rejeição não é improvável que ganhe um “chega pra lá”.
É nesse cenário de isolamento político que Castro vai enfrentar a investigação por corrupção, que aliás, pode ter avançado justamente por causa desse isolamento, e diante de uma grande rejeição pública.
Devemos levantar o Fora Cláudio Castro!
O atual governador é inimigo dos trabalhadores e provou isso inúmeras vezes com suas operações policiais e as chacinas. Com a venda da Cedae e a utilização do dinheiro para garantir sua reeleição. Atacando os trabalhadores, como foi o caso do achatamento do plano de carreira dos trabalhadores da educação no último ano, que inclusive fizeram greve para responder ao ataque.
Hoje, apesar de uma insatisfação majoritária na população com Cláudio Castro, ainda não há grandes mobilizações pedindo a saída do governador. Na verdade, os setores que estão cozinhando Castro neste momento, podendo inclusive frita-lo, em outras palavras, derruba-lo do cargo, são setores da própria burguesia fluminense.
Não achamos que devamos deixar essa tarefa nas mãos desses setores. Sendo Castro um inimigo dos trabalhadores acreditamos que devemos levantar a consigna do Fora Cláudio Castro e construir e disputar essa ideia junto a classe em todo o estado.
PT, PSOL e as direções do movimento devem chamar o Fora Cláudio Castro!
Se deve ser tarefa da classe trabalhadora derrubar Cláudio Castro, as principais direções do movimento organizado devem defender essa palavra de ordem. As Centrais Sindicais, em especial as maiores como CUT e CTB, os sindicatos com peso no estado, como é o caso do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), devem organizar uma luta ao redor do Fora Cláudio Castro!
Deve ser assim também com os partidos da esquerda. O que vai fazer o PT diante de um governo eleito pelo bolsonarismo que está nas cordas? Não esqueçamos que Washington Qua-qua, vice-presidente nacional do partido, e nome forte no estado, fez campanha para Cláudio Castro na última eleição. E qual vai ser o papel do PSOL, construir as mobilizações e a luta para pôr fora Cláudio Castro ou se apassivar e deixar os poderosos decidirem isso através de mecanismos que excluem a classe trabalhadora?
Da nossa parte, vamos defender o Fora Cláudio Castro em cada conversa com os trabalhadores nos locais de trabalho e moradia onde atuamos, nos fóruns dos movimentos organizados. Entendemos que devemos discutir com os trabalhadores que a classe trabalhadora deve se organizar e lutar para por para Fora Cláudio Castro e nesse processo construir uma alternativa de organização da própria classe, pois não virá da justiça ou da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) a resolução dos problemas da vida dos trabalhadores.
— Fora Cláudio Castro!
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