Mortes no trabalho crescem e acidentes batem recorde de notificações no SUS
O número de mortes no trabalho cresceu 7% no Brasil, de 2021 para 2022. Dos 612,9 mil trabalhadores que se acidentaram durante a jornada, 2.538 morreram. Isso representa uma média diária de 1.680 acidentes no trabalho, com sete mortes de trabalhadores a cada dia.
As notificações de acidentes no trabalho feitas ao SUS também aumentaram. Foram 392 mil registros em 2022, crescimento de 22% na comparação com 2021. O número é o maior registrado e mais que o dobro do computado em 2018 (194 mil).
O levantamento é do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, coordenado pelo Ministério Público do Trabalho e pela Organização Internacional do Trabalho, e considera apenas pessoas com carteira assinada. Ou seja: a subnotificação de acidentes no trabalho no Brasil pode ser grande, já que quase metade da população trabalhadora atuava na informalidade (40%) no ano passado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Principais vítimas
O setor com maior número de notificações foi o de atendimento hospitalar, com 55,7 mil acidentes registrados. Os técnicos de enfermagem são as principais vítimas da falta de segurança no trabalho no Brasil, com total de 36 mil casos.
Já os alimentadores de linha de produção vêm em segundo lugar no ranking de vítimas: 31,4 mil, em 2022.
Precarização do trabalho
Com a precarização do trabalho no Brasil, impulsionada principalmente pelas reformas trabalhista e previdenciária, a segurança dos operários está cada vez mais comprometida.
Por isso, a luta do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região nas fábricas é pela saúde e segurança dos metalúrgicos, com a criação de Cipas combativas que façam a conscientização e fiscalização nos locais de trabalho.
Também é preciso que os trabalhadores se unam para exigir a revogação das reformas e da lei da terceirização. Essa é uma resolução que, inclusive, foi aprovada pelo Conselho de Representantes do Sindicato, no dia 1º.
“As reformas retiraram inúmeros direitos relacionados à segurança dos trabalhadores, como no caso das grávidas, que agora podem trabalhar em ambientes insalubres, o que antes era proibido. Sem contar a ampliação da jornada e a diminuição dos horários de descanso, que aumentam o risco de acidentes. É por esses e outros motivos que é urgente revogar essa série de retrocessos trazidos pelas reformas e pela lei da terceirização. Vamos pressionar o governo Lula para isso”, afirma o diretor Célio Dias, da Secretaria de Saúde do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região.