Lutas

SP: Metalúrgicos do Vale do Paraíba vivem janeiro das lutas

CSP Conlutas, Central Sindical e Popular

28 de janeiro de 2025
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Assembleia unificada na JC Hitachi | Foto: Roosevelt Cássio/Sindmetal SJC

Os metalúrgicos do Vale do Paraíba, no interior de São Paulo, vivem um verdadeiro “janeiro vermelho”, neste início de 2025, com mobilizações e greves em diversas fábricas de São José dos Campos e Região.

Além de mostrar que os trabalhadores brasileiros têm sim disposição para lutar, a situação vivida atualmente comprova que os sindicatos devem ser ferramentas de organização da luta das diferentes categorias.

Os trabalhadores da Eaton, por exemplo, em São José dos Campos, realizaram uma greve de 24h, na sexta-feira (24). Lá a mobilização era pelo vale-alimentação e pelo pagamento da segunda parcela da PLR (Participação nos Lucros e Resultados).

Assim que os trabalhadores cruzaram os braços, a empresa mudou sua posição intransigente, retomou as negociações e, nesta terça-feira (28), pagou o que devia aos companheiros e companheiras.

Esta mesma receita havia sido seguida pelos metalúrgicos e metalúrgicas da JC Hitachi. Com uma paralisação de duas horas, no dia 22, garantiram uma PLR e abono salarial históricos de R$ 15.200, aumento de 48% no vale-alimentação e estabilidade no emprego.

Na TI-Automotive, também em São José, o setor administrativo aprovou um aviso de greve no dia 23 de janeiro.

Com isso, conquistaram o direito de continuar a ser representados pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, filiado à CSP-Conlutas, aqueles que forem transferidos da fábrica para o escritório da TI. Assim eles conseguiram preservar todos os direitos garantidos à categoria metalúrgica.

Santa Branca, Igaratá, Jacareí e Caçapava

Há 23 dias, os trabalhadores da Estrela Mobill – empresa fabricante de motorhomes – , estão em greve por tempo indeterminado devido ao atraso no pagamento de salários e outros direitos (FGTS, 13º salário, além de verbas rescisórias).

Enquanto na Retrovex, em Igaratá, também teve paralisação pelo não pagamento das cestas básicas, na Winoa, em Jacareí, os companheiros cruzaram os braços por 3h e barraram a cobrança que a fábrica queria inicia no convênio médico.

Já na Cable Tech, em Caçapava, o calote que a empresa deu em 2024, não pagando o bônus, virou combustível na luta pela implementação da PLR. No último dia 23, os companheiros já aprovaram em assembleia e vão lutar por este benefício.

“Toda essa onda de mobilizações, logo no início do ano, mostra a disposição que os trabalhadores têm para defender seus direitos. Por sua vez, os sindicatos precisam arregaçar as mangas e ser de fato instrumentos que intensifiquem a luta das categorias”, afirma Weller Gonçalves, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.

“É importante lembrar que ainda segue a  greve na Avibras que já passa de dois anos. Os trabalhadores encaminharam, em plenária, que vão seguir na greve e intensificar a cobrança pra cima do governo federal”, conclui.

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