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SP: Aumento nas tarifas de transporte público prejudica os trabalhadores e enriquece empresários

PSTU-SP

28 de dezembro de 2024
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No dia 26 de dezembro de 2024, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ricardo Nunes (MDB) anunciaram o aumento das tarifas de metrô, trem e ônibus. A passagem dos trens da CPTM e do Metrô subirá de R$ 5,00 para R$ 5,20, representando um reajuste de 4%. Já a tarifa de ônibus na cidade de São Paulo terá um aumento ainda mais expressivo, de 13,6%, passando de R$ 4,40 para R$ 5,00. Embora os novos valores dos ônibus intermunicipais ainda não tenham sido divulgados, foi confirmado que também haverá reajustes.

Esse aumento prejudica diretamente os trabalhadores, especialmente os de mais baixa renda, que comprometem uma parcela significativa de seus salários com transporte. A situação fica ainda mais grave diante da decisão do governo Lula de reduzir o reajuste do salário mínimo para atender aos interesses do mercado financeiro e dos grandes banqueiros. Assim, enquanto o custo do transporte aumenta, a renda dos trabalhadores diminui.

Bilionários lucram às custas dos trabalhadores

Quem realmente ganha com esse aumento são os grandes empresários do setor de transporte. As empresas de ônibus, frequentemente descritas como verdadeiras máfias, acumulam lucros exorbitantes. Entre 2019 e 2022, as empresas de transporte de ônibus de São Paulo lucraram R$ 850 milhões. Em 2023, a ViaQuatro, responsável pela Linha 4 do Metrô, registrou um lucro de R$ 765,4 milhões. A CCR, dona da ViaQuatro e que controla as linhas 5, 8 e 9, gerou cinco novos bilionários entre seus acionistas apenas em 2022. Esses lucros astronômicos são sustentados pelo esforço e sacrifício da classe trabalhadora.

Os lucros absurdos dessas empresas têm três pilares:

    • Tarifas altas: A população paga preços cada vez mais elevados por um serviço essencial que deveria ser público.
    • Exploração: As empresas entregam transporte de baixa qualidade, com condições degradantes para os usuários e péssimas condições de trabalho para os funcionários.
    • Subsídios Públicos: Governos municipais e estaduais destinam bilhões aos cofres dessas empresas. Apenas em 2024, a Prefeitura de São Paulo repassou R$ 5,6 bilhões para subsidiar essas operações, obrigando os trabalhadores a pagar o transporte duas vezes: uma pela tarifa e outra pelos impostos que financiam os subsídios.

Privatizações aumentam o problema

O governador Tarcísio de Freitas planeja privatizar ainda mais o Metrô e a CPTM, aprofundando os lucros dos empresários do transporte às custas da população. Essas empresas buscam o lucro máximo, e para isso elas aumentam a tarifa, pioram o serviço e recebem mais subsidios do governo. Ou seja, privatizar só piora a situação da classe trabalhadora.

 

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Para barrar o aumento só com luta e mobilização

É urgente que trabalhadores e ativistas se organizem para resistir ao aumento das tarifas e às privatizações. É preciso que as organizações dos trabalhadores debatam um calendário de mobilização, pois só na rua iremos barrar o aumento das passagens. Nós do PSTU acreditamos que é preciso um plano de lutas que unifique a luta contra o aumento com a luta contra a privatização, pois são parte do mesmo processo.

Por isso estaremos nas ruas no dia 9 de janeiro junto com os movimentos e pessoas que luta contra esse aumento abusivo.

A proposta do PSTU para o transporte público

O PSTU defende não apenas a reversão imediata do aumento das tarifas, mas também a reestatização completa do transporte público. As empresas privadas só tem compromisso com o enriquecimento dos seus acionistas. Por isso é preciso acabar com a farra dos bilionários e colocar as empresas de transporte sob controle dos trabalhadores. Colocar o transporte de São Paulo a serviço dos trabalhadores e não do lucro de bilionários é o único caminho para garantir um transporte público, estatal e de qualidade, com tarifa zero para todos. O dinheiro público deve servir à população, não ao enriquecimento de magnata do transporte.