Literatura

Editora Sundermann: Descubra os lançamentos imperdíveis da temporada!

Redação

14 de novembro de 2024
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Na Sundermann, o mês de novembro chegou com grandes novidades. Além de dar continuidade à publicação da coleção “Havia alternativa ao stalinismo?”, de Vadím Rogóvin, com dois novos livros (um no início, outro no final do mês), a editora está lançando outras duas obras: “A juventude de Lênin”, um livro de Leon Trotsky, e “A invenção da classe trabalhadora brasileira”, do jurista Marcus Orione.

“1937”, de Vadím Rogóvin

Após “Havia alternativa ao stalinismo?”, primeiro tomo da coleção de mesmo nome do historiador marxista russo Vadím Rogóvin, a Sundermann traz ao público “1937”. Nesta obra, traduzida pela primeira vez para a língua portuguesa, direto do russo, Rogóvin aborda o grande terror ocorrido na ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), do primeiro “Processo de Moscou”, em agosto de 1936, até o “plenum” do Comitê Central, em junho de 1937. Com vasta documentação, o autor expõe farsas judiciais, falsas confissões, arrancadas sob tortura, e execuções. O foco do trabalho, no entanto, não é descrever os fatos em si, mas, nas palavras do autor, “examinar o mecanismo do surgimento e do impetuoso crescimento do grande terror e revelar os motivos pelos quais essa grande ação terrorista se viu possível e exitosa”. Para sufocar a resistência dos que se recusavam a abandonar os ensinamentos da Revolução de Outubro, foi necessário ao stalinismo empreender um terror brutal. Assim como no primeiro tomo da coleção, o leitor terá um material complementar, que possibilita uma melhor compreensão do texto: lista de siglas e organizações, glossário, datas de congressos e conferências e notas biográficas.

“O partido dos fuzilados”, de Vadim Rogóvin

Este livro publicado pela Editora Sundermann de forma simultânea a “1937” seria o “Tomo V” da obra “Havia alternativa ao stalinismo?”. Segundo Rogóvin, a introdução da oposição das forças comunistas ao regime stalinista, como um novo item na base de dados da análise histórica e o preenchimento das lacunas a partir dos arquivos abertos nos anos 1980, levam à conclusão de que o stalinismo teve de se utilizar do terror estatal em forma e escala nunca vistas antes na História, para sufocar a oposição, levando ao extermínio de pelo menos duas gerações de bolcheviques. Cerca de 800 mil foram fuzilados, a maioria comunistas. A partir de uma rigorosa investigação, o autor analisa os eventos ocorridos entre junho de 1937 e o final de 1938. E, também, as consequências após os mesmos, abordando, com vasta documentação, como se chegou ao discurso de Krushióv, no 20º Congresso do Partido Comunista da União Soviética (PCUS); porque, na época do degelo e da estagnação, a reabilitação das vítimas e a condenação dos Processos de Moscou foram jogadas para debaixo do tapete e a manutenção da falsificação histórica e seu nexo com a “Perestroica” e “Glasnost”, promovidas por Gorbatchióv e com a restauração capitalista. A pesquisa do historiador também identifica e cobre lacunas dos “Boletins da Oposição de Esquerda”, assim como aponta o que na sua opinião se cumpriu de forma parcial nos prognósticos de Trotsky.

“A juventude de Lênin”, de Leon Trotsky

Este livro nos oferece um retrato fiel do jovem Lênin. De um lado, biógrafos burgueses pintam Lênin como um tirano cruel, desde jovem, que estaria na origem dos horrores stalinistas. De outro, stalinistas tentam demonstrar que Lênin “nasceu marxista”, um revolucionário pronto e infalível. Contrapondo-se a estas duas visões reacionárias, Trotsky refaz o percurso do jovem Vladímir Uliánov. A morte do pai despertou nele o espírito crítico. A morte de seu irmão Aleksandr, enforcado por participar do atentado ao tzar, apresentou a ele o “Naródnaia Vólia”, partido adepto às ações terroristas. Mas foi aos estudos que Vladímir entregou a maior parte de sua juventude. O leitor também vai entender a vida familiar de Vladímir e conhecer o garoto que jogava xadrez, zombava dos outros, nadava e praticava atividades físicas. Os quinze capítulos eram parte de um projeto maior, que Trotsky não pôde terminar, explicado no prefácio de Jean van Heijenoort, secretário e colaborador próximo de Trotsky.

“A invenção da classe trabalhadora brasileira”, de Marcus Orione

Nesta obra, Marcus Orione desvela, a partir de autores como Marx, Pachukanis, Alhtusser e Edelman, a contratualidade como categoria teórica para entendimento da dinâmica essência-aparência, que organiza a exploração da força de trabalho na constituição do capitalismo brasileiro. O livro se dedica a explicar o papel singular que o Direito do Trabalho ocupa no surgimento da forma jurídica no Brasil. Demonstra como ele foi usado como instrumento decisivo para que fosse possível promover a invenção da classe trabalhadora num território que, por quatro séculos, contava apenas com mão de obra escravizada. Também estabelece, ao final da análise, uma alternativa teórica a respeito do lugar da questão da raça na formação social brasileira.

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