1º de maio: Reafirmar o classismo e a independência de classe em oposição ao governo Lula e ao bolsonarismo
O “1º de Maio” é uma data emblemática para a classe trabalhadora. É um dia para lembrar a luta constante que os trabalhadores e trabalhadoras desenvolvem contra o capitalismo, um sistema opressor e violento e que leva sofrimento e miséria à quase totalidade da humanidade.
No entanto, hoje, importantes setores do movimento operário no Brasil e no mundo tentam apagar o passado e a tradição do “1º de Maio”, um dia historicamente marcado pelas lutas dos trabalhadores de todo mundo e símbolo do internacionalismo proletário.
A origem da data
Na segunda metade do século 19, o desenvolvimento do capitalismo nos grandes centros europeus e nos Estados Unidos (EUA) e o enorme aumento da produção industrial foram sustentados graças a uma superexploração da classe trabalhadora.
Com o fim da Guerra Civil Americana (1861-65), os EUA deram início a um processo de enorme desenvolvimento econômico, com uma impressionante expansão industrial, sendo Chicago (no estado de Illinois) o principal centro industrial do país.
Na época, não haviam leis de proteção aos trabalhadores e, a partir de suas associações e sindicatos, o proletariado iniciou uma grande luta pela limitação da jornada diária de trabalho em oito horas.
No dia 1º de maio de 1886, uma grande manifestação foi marcada em Chicago. Mas, a resposta da polícia norte-americana foi brutal. A violenta repressão causou um enorme número de mortos, algo que, inclusive, nunca pôde ser apurado, pois muitos foram enterrados clandestinamente. Além disso, inúmeras prisões foram efetuadas e vários líderes operários foram condenados à morte.
O episódio ficou conhecido como a “Revolta de Haymarket” (em referência ao nome da praça onde a explosão de uma bomba foi atribuída aos manifestantes) e, em homenagem às lutas dos trabalhadores de Chicago pela jornada de oito horas, a Segunda Internacional proclamou o 1º de maio como o “Dia Internacional dos Trabalhadores”.
Nascia assim o “1º de Maio”, como Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores, uma data fixada em que todos os países, e em todas as cidades, ao mesmo tempo, para que os trabalhadores e trabalhadoras se mobilizassem por suas reivindicações.
Mobilização
Participe dos atos alternativos do “1º de Maio” em todo o Brasil
O “1º de Maio” é um momento de reafirmar o caráter independente da classe trabalhadora frente ao sistema burguês, aos patrões e seus governos. Hoje, o governo Lula, ao lado de um dos maiores expoentes da burguesia brasileira, Geraldo Alckmin, governa sob uma ampla unidade nacional e aplica uma política econômica que segue a lógica de manter e ampliar os lucros e privilégios da burguesia nacional, submetendo-se às políticas imperialistas, seja dos EUA ou da Europa.
Exemplos dessa política são o Arcabouço Fiscal, que limita gastos com políticas públicas (Saúde, Educação, demarcação de Terras Indígenas etc.) e a política de déficit zero, que favorece apenas um punhado de bilionários que ficam cada vez mais ricos.
Por isso, é preciso também reafirmar o “1º de Maio” com um caráter de resistência da classe trabalhadora contra a ultradireita, exigindo que Bolsonaro e seus asseclas paguem pelos seus crimes e pela tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023. Porém, é igualmente determinante enfrentar, de forma classista e independente, as políticas pró-burguesas e imperialistas do governo Lula/Alckmin, que atacam os direitos da classe trabalhadora e pioram nossas condições de vida.
“1º de Maio” é dia de luta e não pra festejar a conciliação de classes
Ao contrário da CUT e da Força Sindical, que realizarão atos festivos com a presença de Lula e Alckmin, a CSP-Conlutas e vários outros setores estão construindo um ato de “1º de Maio” com independência diante dos governos e dos patrões, classista e internacionalista, onde levantaremos as bandeiras em defesa da classe trabalhadora e da necessidade de construir uma oposição de esquerda aos ataques dos governos estaduais e do governo Lula e, ao mesmo tempo, impulsionar o enfrentamento, pra valer, com a ultradireita de Bolsonaro.
Não há, portanto, qualquer possibilidade de unidade para os atos de “1º de Maio” com esses setores reformistas, que protegem o governo, freiam as lutas dos trabalhadores e trabalhadoras e incentivam a conciliação com os opressores e algozes de nossa classe.
Nos atos de “1º de Maio”, vamos defender que um polo independente e classista apresente um plano político e econômico que rompa com as ideias capitalistas e coloque nas mãos dos trabalhadores o controle da riqueza e dos rumos na humanidade; que parta das necessidades mais sentidas da classe trabalhadora, até a ruptura revolucionária com esse sistema, e avance para a construção de um projeto socialista.
Vamos, portanto, aos atos alternativos do “1º de Maio” em todo o Brasil, reafirmando a independência dos trabalhadores, trabalhadoras e todo o povo oprimido, com classismo e enfrentamento aos governos e patrões. Os atos acontecerão em várias capitais dos estados. Em São Paulo, a mobilização terá um caráter nacional e será realizada na Praça Ramos de Azevedo, em frente ao Teatro Municipal, na República, a partir das 13h.
Leia abaixo a convocação do ato