1º de maio: CSP-Conlutas leva às ruas atos independentes de governos e patrões
Em todo o mundo, e em especial no Brasil, a classe trabalhadora enfrenta os efeitos da crise capitalista, com uma inflação que persiste sobre os produtos mais básicos e um desemprego em massa mascarado pela precarização e uberização do trabalho.
No Brasil, os trabalhadores começaram 2023 com um sentimento de alívio devido à derrota eleitoral de Bolsonaro. Mas os problemas estão longe de terminar, ainda por cima temos uma ultradireita que continua ameaçando e um governo de conciliação com grandes empresas, multinacionais, banqueiros e o grande agronegócio incapaz de enfrentar os super-ricos para satisfazer as reivindicações mais básicas da classe.
Nesse sentido, o 1º de maio, uma data histórica de luta da classe trabalhadora em todo o mundo, deveria, em especial neste momento, servir para marcar uma posição de luta e independência de classe, levantando e fortalecendo as bandeiras mais urgentes de quem trabalha e produz as riquezas deste país. No entanto, as maiores centrais sindicais, com a CUT à frente, seguida pela Força Sindical, CTB e demais, fizeram o contrário e convocaram manifestações com a presença não só do governo, mas convidando políticos como Arthur Lira, presidente da Câmara, e até mesmo o governador de São Paulo, o bolsonarista Tarcísio de Freitas, como no principal ato na capital paulista. Tarcísio só não foi porque estava participando do comício com Bolsonaro na Agrishow, no interior.
Resgatando caráter de luta
“O 1º de maio depois da derrota de Bolsonaro e após o início do terceiro mandato de Lula aconteceu, por um lado, com o governo tentando capitalizar a data e apresentando algumas medidas parciais, como o reajuste extremamente insuficiente de R$ 18,00 do salário mínimo e a isenção do Imposto de Renda até os R$ 2.700,00, que também é completamente insuficiente, e procurando parecer como um governo que dá mais espaço aos trabalhadores, mas que na realidade mantém os pilares da política econômica dos governos anteriores”, afirma Luiz Carlos Prates, o Mancha, da Secretaria Nacional da CSP-Conlutas e da direção do PSTU. “Por outro lado, as centrais, os partidos chamados de esquerda, a maioria das direções sindicais se perfilaram ao governo e realizaram atos com um conteúdo de como se estivéssemos vivendo um novo tempo”, critica.
Coube à CSP-Conlutas, a organizações sindicais e do movimento social e popular, como a Pastoral Operária em São Paulo, junto com partidos políticos de esquerda como o PSTU, convocar atos resgatando o caráter de luta e independente dos governos e dos patrões. Com o lema de “Por salário, emprego e direitos; revogação das reformas trabalhista, previdenciária e do Ensino Médio; contra as privatizações e punição aos golpistas”, os atos convocados pela CSP-Conlutas e demais organizações independentes levaram às ruas milhares de pessoas em todo o país, com um ato nacional na Praça da Sé, não deixando que essa data tão simbólica ficasse nas mãos dos que defendem que o movimento seja atrelado a governos, a políticos burgueses e a setores da burguesia como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e os banqueiros.
“A CSP-Conlutas conseguiu se apresentar como um polo alternativo em diversas regiões, como na Praça da Sé, em que reuniu organizações como o PCB e a UP, e diversas outras organizações, assim como em outros estados, como no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e diversos outros”, finaliza Mancha.
Trabalhadores de todos os países
Internacionalismo operário
Além do caráter independente e classista do 1º. de maio, os atos convocados pela CSP-Conlutas também marcaram o resgate da solidariedade internacional da luta da classe trabalhadora. Nessa data, em especial, a luta dos trabalhadores franceses contra a reforma da Previdência de Macron e a resistência operária e popular do povo ucraniano contra a invasão russa.